domingo, 19 de julho de 2009

Não importa, será para sempre ele


É tão ruim estar sob o mesmo teto que alguém e mesmo assim morrer de saudades, estar aqui dentro enquanto meu pai está passando mal lá fora. Ele deve pensar que eu não me importo, que eu não estou nem ligando se ele tá com dor ou não, mas eu juro que eu ligo. Se ele soubesse quantas vezes já rezei pra ele melhorar e o quanto estou chorando aqui.... Mas não dá, é sempre a mesma coisa. Quando eu venho aqui pra minha vó já venho preparada pra liberar todas as lágrimas de dentro de mim e sentir uma vontade incontrolável de voltar no tempo. Porque eu queria muito ser denovo a filha preferida do meu pai, e que ele voltasse a ser a pessoa que eu mais amo na vida. Que saudade das brincadeiras, dos abraços, dos beijos, dos apelidos e até das broncas que ele me dava. Saudade de ter um pai presente nos dias de comemoração, e até mesmo no meu dia a dia. De passar horas rindo, conversando e falando besteira com o cara que me fez viver, que lutou por mim e hoje parece nem lembrar que eu existo. Como tudo pode se transformar nesse pesadelo que não acaba nunca? Eu já desisti de tentar, e olha que a minha determinação genética é muito grande. Já tem um ano que meu mundo não é o mesmo, que meus pensamentos, meu jeito e meus sentimentos mudaram. Um ano que eu rezo todas as noites pra minha relação com o meu pai volte a ser como era há tempos atrás... Queria confiar, contar sobre a minha vida, sair nem que seja pra ir no posto de gasolina, no fundo eu queria mesmo amar meu pai como eu amei um dia. O que eu sinto ainda é muito forte, mas eu sei que poderia ser maior se tudo fosse diferente. Eu continuo amando loucamente o homem mais importante da minha vida, mesmo sem entender porque está tudo assim... Minha vontade era gritar o quanto eu amo ele, o quanto eu quero ser feliz com ele, o quanto eu quero os dias de anos atrás.... Quero beija-lo, abraça-lo, como se tivessemos nos descoberto ontem. Mas eu não posso, tenho medo, vergonha, um pouco de tudo que me impede. Mesmo porque eu já tentei e não deu certo. Então eu continuo escrevendo (já que escrever uma carta pra ele não funcionou), chorando, morrendo de saudade, até o dia que ele perceber que ainda tem uma filha que vai estar aqui sempre de braças abertos esperando por ele, na esperança de que tudo volte a ser como foi um dia, e de que nos meus 15 anos ele esteja lá, dançando comigo. Porque mesmo com todos os erros, com todas as grosserias, pai, é pai, e eu nunca vou encontrar alguém capaz de ocupar o lugar infinito reservado pra ele no meu coração.
Bruna Coutinho

2 comentários:

  1. .... nada mais triste do que a saudade dos que estão presentes...

    Torcendo para que tudo se acerte por aí, guapa...

    Besos, besos...



    PS.: Será que eu te conheço no mundo real? =S

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  2. Te vi na comunidade da Tati Bernardi e vim visitar teu blog
    AMEI! vc transcreve seus sentimentos mto bem!
    tá convidada a visitar o meu!
    beijão

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