quinta-feira, 26 de abril de 2012

Liberdade intolerante

Respeitar as escolhas e particularidades do próximo sempre foi um grande desafio ao ser humano. Quando tratamos de opiniões e culturas diferentes, a intolerância assume forte presença nas relações interpessoais. Religião, política, etnia e sexo, são assuntos que há muitos anos rendem discriminação e até repressão.
Entretanto, o que nos assusta é que, contraditoriamente, em uma sociedade que evoluiu em diversos aspectos, a intolerância infelizmente não deixou de existir. Ao contrário, uma questão paradoxal surgiu: Como é possível um país tão "moderno ", que nos impõe e cobra a todo momento uma fuga dos padrões antiquados, ser ainda tão intolerante quanto aos aspectos culturais?
A triste resposta se encontra na realidade de que todos buscam serem tolerados, intolerantemente.  Em suma, a grande maioria quer ter suas ideias bem aceitas e inclusive aprovadas, mas, ao avançarem dez metros à frente de seu submundo, estão constantemente julgando e criticando quaisquer pensamentos e ações alheias que são considerados, por eles, alternativos. O maior problema é a dificuldade de enxergar fora da bolha. Em muitos casos, aqueles que são incapazes de tolerar as minorias, são os mesmo que têm atitudes imorais e antiéticas disfarçadas de “liberdade” em seus cotidianos ou momentos de lazer...
Como para tantos outros males que assolam a nossa sociedade, a única utópica solução que vejo seria a reflexão individual de assuntos como a hipocrisia e o egoísmo. Mas a dificuldade que a sociedade insiste em ter de reconhecer a igualdade não nos permite reflexão suficiente. Assim, a intolerância continua incessantemente e a gente continua tentando encontrar uma resposta para essa incoerência social em que o nosso país se encontra.
Enquanto isso, muitos seguem reclamando da política, da economia – e do que mais puderem reclamar –, mas se esquecem que antes disso tudo, o respeito às diferenças contribuiria para um país muito mais humano. Eles não conseguem enxergar que por trás das reclamações, escondem pequenas corrupções - que no fundo, são enormes -, preconceitos, egoísmos, violências e hipocrisias que são a primeira barreira que impede o progresso.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Sentir foge dos padrões

As coisas padronizadas cansam. É irritante ver uma ideia sendo repassada como correta simplesmente porque um dia alguém disse que seria assim e todos resolveram aceitar sem questionamentos - por preguiça, talvez - . Dessa forma, a sociedade influencia cada vez mais a individualidade de cada um - se é que ela ainda nos resta -.
Continuo achando inaceitável, mas infelizmente já é normal as pessoas deixarem de fazer ou falar qualquer coisa porque o mundo cobra o tempo todo que a gente siga os padrões. Triste, mas o modelo de felicidade já foi criado - e eu que pensei que felicidade não tivesse modelo... - e "infeliz" será àquele que não segui-lo.
É feio mulher tomar atitude, crianças são sempre perdoáveis, beleza é fundamental, homens baixos são desinteressantes, professores vão "morrer de fome"... E anormal será quem discordar disso!
Na verdade, considero feio e imperdoável não usar da própria liberdade pra viver. Fundamental mesmo é estar de bem consigo, porque na hora que as coisas fogem do normal (mesmo que a gente passe o tempo todo tentando evitar isso) ninguém pode sentir no nosso lugar.
As pessoas têm que parar de viver buscando, querendo... É muita ambição pra uma vida só, e que se seguir o que é dito por aí, acaba no final desse ano.
As opiniões pessoais anulam-se todos os dias quando as pessoas tomam cada atitude pensando primeiramente na aprovação do próximo... E são essas que só vão descobrir que felicidade mesmo é quando se sente independente de. Independente da sociedade, das influências, dos padrões...
Nós só precisamos de nós mesmos, e isso não digo porque ouvi em alguma lugar e aceite como certo, mas sim porque eu vivi. Alguém me entende? Tanto faz...