quinta-feira, 20 de março de 2014

Escola, em breve eu volto

Na manhã de hoje, enquanto esperava uma carona para ir à Faculdade, fiquei um tempo parada em frente ao colégio que estudei durante todo meu Ensino Médio... Durante os aproximados vinte minutos que fiquei ali parada, todas as personalidades que vi causaram em mim um sentimento de nostalgia, mas quaaase sem saudade.
Observei os estudantes que entravam por aquela porta - que eu já entrei tantas vezes - e pude enxergar em cada um deles um pouco da aluna que fui. Me vi na cara de sono de todos eles, na pressa dos atrasados, no sorriso de bom dia de um menino que cumprimentou o porteiro, nas expressões tensas dos que iam enfrentar uma prova de matemática logo no primeiro tempo, e como se não bastasse não terem estudado nada, tinham ido dormir mais de meia-noite no dia anterior; na vaidade de algumas meninas, que aliás, pareciam estar indo pra qualquer lugar, menos pra escola - e me questionei porque diabos eu ia pra escola toda "emperequetada" também -.
Naquele momento, tive um pensamento paradoxal (talvez). Eu senti muita coisa boa, lembrei de cada momento que vivi naquele lugar... Mas cheguei a seguinte conclusão: não, não sinto saudades. Eu não queria deixar de ter vivido, mas também não viveria outra vez. Simplesmente porque eu não quero ser obrigada a estudar conteúdos "sem pé nem cabeça" - eu tô nem aí se x+y=z²+(b/a) -, não quero me submeter a padrões, regras, a um sistema que me controla e me avalia todo sábado em um simulado de trezentas mil questões.
Eu fui muito feliz vivendo nessa rotina, feliz demais. Eu era meio revoltada, mas no fundo amava essa vidinha de escola. E teria amado muito mais ainda se eu soubesse o quão é, infinitas vezes mais, exigente, árdua, corrida e difícil a vida que vem pós a escola. Mas eu continuo sendo feliz agora. Cada fase com suas cobranças e necessidades... Faz parte.
Mas o que quero chamar atenção aqui, é sobre a fase da escola, que é um marco na vida de muitos - infelizmente ainda não posso dizer todos - e é impossível encerrar esse ciclo, sem levar pra vida conceitos que vão muito além de teorias acadêmicas. Amizades, maturidade, caráter, experiência, personalidade, tudo isso eu trazia um pouco pra casa dentro da mochila quando voltava do colégio -os cadernos pesados eram só pra incomodar mesmo-. Hoje, eu levo esses aprendizados por aí, por onde eu vou; e sonho em um dia poder passá-los da mesma forma, ou de uma forma melhor, que eu recebi.
No auge dos meus pensamentos ambiciosos, ouvi a buzina. Era minha carona que tinha chegado. Respirei fundo, fechei os olhos e sorri, aliviada e com um pouquinho só de saudade. Cheguei a conclusão de que fiquei ali tanto tempo parada pensando nisso tudo a ponto de render um texto porque, no fundo, eu estava morrendo de inveja daqueles adolescentes de uniforme.
Vim pra faculdade decidida: Eu vou voltar pra lá. Mas dessa vez, do outro lado da sala de aula, em cima do tablado, passando pra cada aluno que estiver sentado ali -como eu estive um dia -, mexendo no celular ou conversando enquanto eu falo, um pouco dos meus aprendizados - que ainda são tão poucos perto do que eu almejo -. Mesmo que pra isso eu precise me render ao tal sistema que tanto me irritava, as regras, as cobranças... Um dia eles vão me agradecer, como hoje eu agradeço aos meus professores, que não só me ensinaram, educaram, mas me inspiraram a escolher a escola como o lugar que eu quero viver o resto da minha vida.

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