quarta-feira, 30 de maio de 2012

Egoísta até que mereçam o contrário

Meu dia hoje foi tão corrido que nem deu tempo de me lembrar de você. Mas de noite é inevitável não chegar em casa, botar meu pijama, deitar na cama e não me perguntar o que afinal, somos nós. Mas agora está sendo diferente, não tem mais você tão presente pra confundir, tão perto pra iludir... Sou eu e meus pensamentos, eu e meus objetivos, eu e meus interesses... Eu e eu.
Dessa vez vai ser diferente, dessa vez eu não vou esconder; costume é costume, hábito é hábito. E eu não vejo mal nenhum em me lembrar, em me questionar... Pensei em você sim, mas de um jeito tão realista que nem me permitiu sentir falta. E talvez seja por isso que eu não tenha problemas em assumir.
Era difícil ser tão intenso e tão insignificante ao mesmo tempo, ser tão amiga e tão amante, ser tão meiga e tão fria... Ah, como isso me incomodava! E por isso eu fingia que não botava todos os focos da minha vida nessa pseudo história, enquanto no fundo, pra mim ela já tinha virado uma história com início, meio e sem fim.
Mas agora aquilo que nem começou está chegando ao fim, está morrendo, perdendo a graça, a vontade... Não sei bem, mas acho que cansou, caiu na rotina, na comodidade. Ou simplesmente percebi que insistir no nada não ia me levar a lugar nenhum. Porque você é pouco - e não leve isso como uma ofensa -, mas pelo menos pra mim, que preciso de tanto, que sou tão consumista, invasiva e profunda. E deve ser por isso, que como você mesmo já concordou, nossas exatidões nunca funcionaram numa conta de mais.
E hoje quando eu fui ler suas publicações só consegui sentir um vazio, uma falta de esperança, um clichê... Ou qualquer outra coisa que eu não quero pra mim. Acho que finalmente, a minha ficha caiu. Cansei de tentar entender, decifrar... E resolvi simplesmente fazer o que você me pediu tanto nas últimas vezes que conversamos, deixar pra lá.
A vida é tão cheia de coisas, de lugares, de momentos, de pessoas... Tantos focos diferentes e eu insistia no mesmo simplesmente porque quando eu quero uma coisa, não há quem me tire da cabeça que aquilo é pra ser. Mas agora eu percebi, sozinha, sem ninguém, que eu não quero mais. Não me falta interesse, não me falta carinho e nem saudade... Mas falta o principal: acrescentar, inovar, transformar, mudar. Porque só vontade não basta. Ainda mais para pessoas como eu, que precisam de tanto.
E é claro que eu me conheço e já sabia que uma hora esse pouco ia me cansar, essas migalhas não iam me satisfazer, essa pontinha de carinho não ia suprir toda minha carência e você ia deixar de ser suficiente. Percebi que entre o pouco e o nada, eu prefiro ficar sem nada, porque a minha ambição não me permite me doar pela metade, então eu acabo sempre intensificando tudo... E é aí que eu erro, porque como é difícil encontrar pessoas intensas como eu, grandes como eu -se é que alguém entende o sentido de "grandes"-, acabo sempre enxergando no breu, ouvindo no silêncio e sentindo no nada. A hora chegou! E eu prefiro continuar cega, surda e sem sentir até aparecer alguém que realmente valha a pena e me permita dar o máximo de mim. A minha intensidade vai ser toda minha, por mais egoísta que isso possa parecer. Eu prefiro continuar esperando alguém que não queira dividi-la, mas sim aumentá-la. 
Enquanto não aparecer eu posso até continuar escrevendo sobre você, lembrando de você... Mas sem me perguntar por que eu não posso te fazer feliz... Agora eu já sei, porque a felicidade é toda minha.

Um comentário:

  1. Cara, seu melhor texto disparado. Sem maiores definições pra tamanha exatidão nas palavras. Sensacional! Parabéns!

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